O placar pode soar estranho, mas se você sabe ou descobrir o que aconteceu nesse jogo, vai achar normal. No máximo absurdo. Fomos até o Texas enfrentar o Spurs e com um jogo que teve praticamente de tudo, saímos derrotados por 154 a 147 após duas prorrogações. Essa foi nossa terceira derrota consecutiva.
Foi no segundo tempo que as coisas começaram a ficar animadas, principalmente no período final. Estávamos perdendo por 12 pontos no início dele quando Russell Westbrook começou a comandar o time em busca da reação que com Abdel Nader marcando seis pontos rápidos, nos colocou no jogo num piscar de olhos. Foi aí que surgiu a dupla que foi peça chave do jogo. Não foi Paul George e nem Steven Adams, mas sim Jerami Grant e Terrance Ferguson. O ala-pivô teve seu melhor jogo da carreira no quesito de pontos, com 25. Além do mais, Grant foi a alma do time em diversos momentos, recuperando e matando bolas que nem o torcedor mais otimista acreditaria. Já Ferguson foi o responsável por 7 bolas do perímetro que nos deixavam vivos no jogo quando parecia que San Antonio ia fechar o caixão.
Mas teve um jogador que foi mais importante do que qualquer outro de Oklahoma, e esse jogador foi LaMarcus Aldridge. LMA teve sua melhor marca da carreira em pontos, com simplesmente 56 pontos. Nem Tim Duncan fez isso usando a camisa do Spurs. Além de muito calibrado, Aldridge se aproveitou muito bem do duelo contra Steven Adams que, como já sabemos bem, tem dificuldades contra pivôs que não se restringem em jogar apenas no garrafão. Para nos complicar, Adams ainda saiu lesionado no meio do último período. A marcação não era a melhor, mas era o jogador que mais dava trabalho para Aldridge. O ala-pivô do time da casa era a principal válvula de escape do ataque, e atraindo toda atenção, não precisava pontuar sempre para ser útil. Digo isso porque quando você enfrenta um jogador que tem 50 pontos, é comum dobrar e focar a marcação nele, esquecendo que há outros oponentes, deixando automaticamente mais espaço para eles.
No meio de dois times em um grande embate ofensivo, fomos então para a nossa primeira prorrogação em 41 jogos na temporada. E em uma prorrogação não podemos esperar muito né. Ambos os times já além do seu limite e os pequenos detalhes são os que definem o vencedor.
Nosso ataque que se saiu tão bem durante o jogo todo, teve um momento de declínio na reta final da segunda prorrogação, que resultou em ver o adversário abrir mais de uma posse de vantagem. Encerramos o jogo com 1 de 8 nos arremessos da última prorrogação, sendo 0 de 4 do perímetro, além de cometer dois turnovers. Um ataque que surpreendeu durante cerca de 55 minutos em quadra, uma hora precisa de uma baixa.
Eu poderia ficar falando muito aqui sobre a última parte do jogo, mas os cinco minutos finais da última prorrogação durou muito mais do que aparenta. Foram inúmeros lances duvidosos por parte da arbitragem, que parava para revisar sempre. Tem quem critique a atuação da arbitragem, que realmente errou em alguns lances contra nós. Mas não perdemos o jogo por isso.
San Antonio foi extremamente competente. LMA teve 56 pontos, o time em geral teve 16 de 18 nas bolas de três, e outra cartada, que citei na prévia, foi Derrick White. Foram 23 pontos pro armador que teve 58% nos arremessos. Além de ser fundamental no ataque, White foi importante na defesa, com um toco e um roubo de bola nos minutos finais.
Se nossa defesa, que é a mais eficiente da liga, tivesse aparecido mais vezes, provavelmente teríamos ganhado a partida ainda no tempo regular. Não é de hoje que nossa defesa vem devendo no quesito de intensidade, e devendo nisso, acaba não funcionando da maneira ideal. Tendo tal fragilidade, é mais comum ver o adversário impor um ritmo que nem um ataque bom como hoje consegue acompanhar. Precisamos da nossa defesa de volta.
Separo um tópico especial para Russell Westbrook. O armador chegou ao seu 13º triplo duplo na temporada com incríveis 24 pontos, 14 rebotes e 24 assistências (melhor marca da carreira). Além disso, foram apenas 3 turnovers e 50% nos arremessos. Será que criarão um alarde para isso igual criam quando ele tem jogos ruins? A partida não só foi sensacional, mas também foi histórica. Segue abaixo o que Russ alcançou com esses números:
- nono maior número de assistências na história da liga (desde 1983-84);
- maior número de assistências desde Dezembro de 2017 (Rajon Rondo, 25);
- nos últimos 20 anos, houveram apenas dois triplos duplos de 20 pontos e 20 assistências na NBA: Russell Westbrook hoje, e Russell Westbrook em 2016 contra Phoenix;
- maior número de jogos com pelo menos 20 pontos e 20 assisitências:
Magic Johnson: 13
John Stockton: 9
Oscar Robertson: 8
Kevin Johnson: 6
Isiah Thomas: 5
Russell Westbrook: 4
Se parar, acha mais. Mas basicamente é isso. Respeitem Russell Westbrook.
Rapidinhas:
- Paul George apesar de 30 pontos, ficou sumido durante a reta final, acertando apenas uma bola de três na prorrogação e errando boas oportunidades;
- Nerlens Noel fez falta absurda ao time de maneira geral, impedindo que pudéssemos variar a marcação pra cima de LMA;
- Respeitem Russell Westbrook.
Destaques:
Russell Westbrook: 24 pontos, 14 rebotes, 24 assistências (melhor marca da carreira) e 2 roubos (11-22 FG)
Paul George: 30 pontos, 8 rebotes e 3 roubos (11-25 FG/3-7 3PT)
Jerami Grant: 25 pontos (melhor marca da carreira), 12 rebotes e 3 tocos
Terrance Ferguson: 21 pontos (melhor marca da carreira) (7-10 3PT)
Steven Adams: 19 pontos, 7 rebotes, 2 roubos e 2 tocos
Com a derrota, nos vemos cada vez mais perto do pelotão que quer roubar nossa posição três da conferência. Agora temos campanha de 25 vitórias e 16 derrotas, meio jogo na frente de Portland. Nosso próximo jogo também é contra San Antonio, no sábado, em Oklahoma.
Comentários
Postar um comentário